Lá para baixo

Olá!
Tenho tantas fotos para partilhar e tanta coisa para contar que nem sei bem por onde começar.

Começar pelo principio talvez fosse o ideal, mas ocorrem-me agora certos autores, que surpreendem os seus leitores com uma reviravolta inesperada, transformando o que seria uma história "perfeita e de final feliz" numa "tragédia". Não quero, de maneira alguma, usar essa palavra neste caso (felizmente não se justifica mesmo), quero apenas dizer que o final deste passeio é menos bom.

Agora sim, vamos ao principio!
Fui dar mais uma "voltinha" das minhas, desta feita 4 dias na estrada, seria algo para ter entre 1500 a 1700 km. Arranquei sábado dia 28 e cheguei na terça dia 31 (Março de 2015).
Não vou colocar aqui o link ou a figura com as estradas por onde fui, porque são tantas que é difícil, farei referências ao longo do texto quando achar necessário.

Alguns dias antes do passeio, sabendo que ia estar de férias e havendo uma previsão meteorológica animadora, resolvi-me a ir fazer um dos passeios que tinha em mente (Costa Sul e Alentejo). Não querendo fazer grandes planos, até porque não sou muito rígido e gosto de ir à descoberta, na quarta feira de tarde, planeei a coisa. Foi um bocado em cima do joelho, coloquei alguns pontos para passar, outros facultativos e deixei a coisa mais ou menos em aberto... ia andando e decidindo em tempo real o que visitar na prática. 
Coloquei num papel as pousadas da juventude situadas nas áreas por onde ia passar, peguei na minha tabela (pré feita) com as coisas a levar, na sexta arrumei tudo e no sábado parti.

Dia 1: Bruscos-Évora 382.8km

Pensamento da manhã: é desta que também vou assinalar alguns pontos (onde já estive de mota) lá mais para baixo!

Saí por essas 8h10 (eu mudei a hora antes de sair de casa, uma vez que a hora mudava neste fim de semana). A mota tinha 15138 km...e vocês sabem ler um painel de instrumentos, podia estar "calado".

Tralha para 4 dias.

Saí debaixo de nevoeiro cerrado, ainda me molhei um bocado, vesti o impermeável pouco depois em Penela e segui pelo IC3 e IC8 sempre com nevoeiro intenso. A primeira paragem foi em Vila Velha de Ródão, parei e tirei uma fotos ao Tejo e às famosas Portas de Ródão.





Segui para Nisa, pela N18 que neste troço é muito apetecível para fazer de mota. Em Nisa, só parei para levantar dinheiro e comer qualquer coisa, tirei algumas fotos sem explorar mais.



O primeiro ponto pelo qual pretendia mesmo passar era Castelo de Vide. Quando fui a Marvão, tinha passado ao lado (por opção), aquilo ficou-me atravessado e tive de lá ir agora.
Junto a Castelo de Vide, há uma capelinha da Srª da Penha, que também visitei. De Castelo de Vide, vê-se a capela e vice-versa.

Esta é da Srª da Penha vista cá de baixo.

Castelo de Vide





Ainda andei de mota por algumas destas ruas sem tirar fotos, como acontece em muitas localidades.

Esta foto é tirada da torre do Castelo de Castelo de Vide e é de um outro castelo ao longe, eu arriscaria Marvão (sem ter 100% certeza, pode ser outro não sei, assim ao longe não consegui identificar)




Estas fotos já são na Srª da Penha (e da vista sobre Castelo de Vide)






Fui almoçar em Portalegre, antes disso percorri algumas ruas de mota sem tirar qualquer foto. Almocei bem e não foi caro (no Restaurante Casa do Capote).

Depois de almoço segui para Elvas. Elvas não estava na minha rota, mas como tinha tempo decidi lá ir. Recomendo vivamente visitar Elvas, eu acabei por fazer uma visita muito "incompleta" e mesmo assim valeu a pena (Elvas requer algum tempo).

Visitei um dos fortes (Santa Luzia, salvo erro), onde também há um museu militar (que não fui). Visitei o Castelo e duas igrejas, vi de passagem mais algumas coisas.


Não sei o que é isto, nem o outro em segundo plano que está em obras (foto tirada ao longe).

Forte Stª Luzía





Catelo

Há duas igrejas, "paredes meias" esta é mais perto do Castelo. Mais simples, pequena mas tem um miradouro na torre com uma vista brutal.




Esta outra é maior, mais bonita (isso é relativo, mas é uma opinião)



Aqui a entrada para a zona fortificada de Elvas. Um pouco como em Almeida ou outras terras fronteiriças. Aliás neste passeio (e noutros) o que não falta são terras com castelos ou muralhas fortificadas.

De Elvas, saí para Vila Viçosa, no percurso há imensas pedreiras de mármore (pode interessar a alguém...)
Em Vila Viçosa pretendia visitar o palácio mas, tal como da ultima vez que lá estive, já não deixavam entrar à hora que cheguei (embora estivesse aberto). Fica para a próxima e vejamos se "à terceira sempre é de vez".



Por fim, para terminar o primeiro dia fui para Évora, dei um saltinho à zona histórica para tirar umas fotos. Fiquei instalado em casa de uma prima, que me recebeu com a hospitalidade habitual que só posso agradecer. À noite ainda fomos dar uma voltinha a pé, mas dessa parte não tenho fotos (ficou a bateria da máquina a carregar).






Já agora só para terminar o primeiro dia, ficam algumas fotos sem localização definida que tirei por o caminho, nesta zona do Alentejo.
Estas foram antes e a entrar em Elvas.

Estas foram à saída e depois de Elvas



Dia 2 Évora-Tavira 373.9km

Acordei cedo, antes do despertador tocar (o que aconteceu todos os dias!) Tomei o pequeno Almoço, fiz uma sandes, arrumei a tralha e ainda não eram 8h30 já tinha arrancado. 

A primeira paragem, que também era um dos pontos "obrigatórios" foi em Monsaraz, para me comprazer e usufruir da vista sobre a albufeira do Alqueva.

Estas duas primeiras fotos ainda são a caminho.


Estas já são em Monsaraz









Uma das 3 ou 4  fotos ("selfies") em que apareço.



Saindo de Monsaraz, fui direito a Mourão atravessando esta ponte (que se vê nas imagens acima) e que liga os dois pontos através da albufeira.

Estas duas fotos são tiradas da ponte e são a vista sobre Monsaraz mas do lado de Mourão 


Estas fotos já são em Mourão





Os próximos pontos possíveis seriam Beja ou Serpa (onde fazia tensões de almoçar), decidi-me por Serpa. Sendo mais perto, visitei algumas coisas pelo caminho.
Passei na aldeia da Luz (nova) e na aldeia da Estrela, a primeira tem um museu (que não fui mas já ouvi falar bem), apesar disso como é uma aldeia nova não achei nada de especial (mais uma vez mera opinião pessoal). 
Ficam as fotos que tirei (não às aldeias em si...) as duas primeiras na Luz as restantes na Estrela.





Ao passar por Póvoa de São Miguel, o carro da frente parou e eu parei também. Motivo: no sentido contrario vinham uma série de motas, seguramente na casa de uma centena ou mais, não sei porquê. Se alguém souber se havia uma concentração ou um passeio marcado na zona diga nos comentários, fiquei curioso.
Como passei em Moura, parei para visitar rapidamente e ver um pouco.
Havia uma coluna neste jardim, ouvia-se cantares alentejanos, um bom sitio para se estar ao domingo de manhã.





Esta "mamã" fez ninho na torre da Igreja de Moura



Cheguei a Serpa à hora de almoço, por isso acabei por não ver muita coisa para além das paredes do restaurante ( "O alentejano" Comi bem, não foi muito barato, mas não foi nenhum exagero).
Vi algumas coisas enquanto passava (há uma igreja que parece interessante na periferia, pensei que houvesse acesso pelo exterior, depois não encontrei acesso da estrada principal e deixei para outra vez).


 
Outro ponto "obrigatório" era o Pulo do Lobo, onde o Guadiana passa num estrangulamento.
O Pulo do Lobo fica, mais ou menos, meio caminho entre Serpa e Mértola mas é mais fácil de encontrar para quem vem de Mértola.
Há acessos pelos dois lados do rio, eu fui pelo lado da fronteira (lado este). Quase a chegar a Mértola há indicações, se as seguirmos, a certa altura, entramos num estradão de terra batida (cerca de 3 km mas faz-se bem). Depois nova indicação e há cerca de 2km de acessos em off road (terra batida mais exigente) o que nos leva até um miradouro que ainda é longe. Para ir lá abaixo é necessário fazer a pé uma descida íngreme e traiçoeira (aberta pela água), se a descida custa a subida nem digo ( Não é nada de dificuldade extrema, não é isso, mas não é recomendável para quem não tenha uma forma física razoável). 
Do outro lado (lado oeste) o acesso tem estrada para carro/mota (pelo menos em parte de terra batida) até lá abaixo e toda a gente que lá vi foi por lá. (A entrada para este lado pode-se fazer apartir de Mértola) 

Bom ficam as fotos, chega de paleio indicativo.






Aqui está uma das outras (poucas) fotos em que apareço.


Também deixo este pequeno video, que gravei no local. (Há mais e melhores no youtube)

A paragem seguinte foi em Mértola. É um bom sitio para se ir e ficar com a ideia de como são a grande maioria  das terras desta zona. Vale a pena visitar com um pouco mais de calma.







Já a caminho do Algarve, perto de Alcoutim (que só iria se ficasse na pousada de lá), podemos ver a Foz de Odeleite. Tem lá locais bem melhores para tirar fotografias e onde a coisa parece mais bonita do que estas mostram (por exemplo na ponte).


Este dia, apesar de ser dos mais pequenos, foi aquele em que o cansaço me pesou mais. Por isso, passei ao lado de Castro Marim (que me pareceu interessante, fica a visita adiada para uma próxima vez). Também fui a Vila Real de Santo António, sem parar para tirar fotos e sem visitar/ver nada de especial.
Decidi ligar o GPS (pela primeira vez neste passeio) e seguir directo para a pousada da juventude de Tavira.
Lá chegando, instalei-me, fiz a cama, deixei a tralha etc etc...  Entretanto saí para jantar, foi a refeição mais cara e talvez tenha sido a pior (não foi má, mas não valia o dinheiro...zona turística paga-se por isso).
Dei uma voltinha a pé




De regresso à pousada ainda estive um pouco com 3 rapazes de Coimbra (que foram jantar praticamente mal cheguei), duas raparigas (irmãs) do Canadá, uma outra alemã e um rapaz um pouco mais velho que estudou artes e anda a viajar (inspiração, ou algo assim) que não cheguei a saber de onde era originário. (Também não houve grandes conversas que o meu inglês é fraquinho).
Fiquei num quarto com um moço de Lisboa e um turista Holandês, também só falei um pouco com eles.

Dia 3 Tavira-Almograve 355.6km

Acordei cedo, fiquei um pouco na cama para não acordar os restantes ocupantes do quarto. Arrumei a tralha, tomei o pequeno almoço e arranquei por essas 8h40. 

Fui direito à Praia da ilha de Tavira, é uma ilhota com praia mesmo em frente a Tavira, onde desagua a ria.  

      


Isto é Tavira, vista desta zona.

Próximo ponto: Faro. Em Faro, andei um pouco de mota pela cidade, parei um pouco junto à Ria.


Por fim quis regressar a N125 para seguir viagem. Como costume, sair de uma cidade na direcção certa não é tão fácil. "Por acaso" acertei, mas a certa altura pareceu-me que estava errado, voltei um pouco para trás tomei outra direcção... fui dar ao aeroporto.
Como o aeroporto não era propriamente o meu destino, liguei o GPS, que me levou de volta por onde eu já tinha optado anteriormente. Seguindo depois até Albufeira, onde fiz uma curta paragem.



Pouco depois em Armação de Pêra, mais uma pequena paragem, poucas fotos.



Ainda com o GPS ligado (para recuperar algum tempo do que perdi em Faro), fui até à Praia da Marinha (para mim, das que já conhecia e das que fiquei a conhecer, é das mais bonitas do Algarve. A vizinha, a praia de Benagil, também dizem que é bonita, mas não sei não visitei).





Almocei em Portimão (num Shopping), é bonita ali a zona ao pé da ria, mas não percebo muito o fascínio pela praia da rocha. De qualquer forma é uma praia bonita, não tanto como outras (só a minha opinião, vale o que vale: pouco!)





Próxima paragem do dia: Lagos. Primeiro estive na Meia Praia (que é dos maiores areais do Algarve), depois noutras praias mais junto à ria/população.


Estas já não são da Meia Praia, já são do outro lado da ria.






Retomei a N125 em direcção a Vila do Bispo (aqui a N125 fica bem mais interessante do ponto de vista de um motociclista/moto-turista). A intenção era Sagres. 
Chegando a Sagres, fui visitar a Fortaleza (paga-se 3€).

Aqui a vista sobre o cabo de são Vicente

A Fortaleza

Vista da Praia do Tonel, a partir da fortaleza.




Cabo de São Vicente, visto da fortaleza.

Fortaleza de Belixe





À saída uma turista tinha partido a cabeça, havia bastante sangue (mas aparentemente nada de grave). Detesto sangue, tenho um "estômago fraco" para essas coisas.  Enfim, com uma ventania desgraçada lá segui para o Cabo de São Vicente.



A meio da tarde do terceiro dia, comecei então a rumar a Norte, pela Costa Vicentina, fui vendo algumas praias um bocado ao acaso. Algumas tinha o nome (nos meus papeis), outras foram à descoberta, outras tinha o nome e não fui...De certa forma são mais botinas ou pelo menos estão ao nível das algarvias (opinião pessoal).
Praia do Amado


Praia da Bordeira, é quase pegada com a do Amado, há estradão entre elas (pelo menos pareceu-me) ou, em alternativa, ambas tem acesso alcatroado a partir da estrada principal (N268).

Parei em Aljezur, para fazer uma opção pessoal:
1 Visitar a praia da Arrifana, dar um saltinho à Fóia (perto de Monchique, ponto mais alto do Algarve) e ficar em Aljezur.
2 Abdicar, da alternativa 1, ver mais umas praias e ficar em Almograve (tornando o ultimo dia um pouco mais fácil). Optei pela segunda alternativa. 
Sendo assim: parei na Praia de Odeceixe (estradinha de acesso muito fixe).



E visitei, a relativamente famosa, Praia da Zambujeira.





Antes de Almograve, ainda fui ao Cabo do Sardão

Esta noite fiquei na pousada da juventude de Almograve, não estava muito cheia, deitei-me relativamente cedo.

Dia 4 Almograve- Foz do Lizandro (cerca de 400km)

Acordei cedo, bem disposto, antes do despertador tocar. Às 8h30 já estava a arrancar (e foi porque esperei um pouco pelo pequeno almoço). Agarrei no GPS e coloquei para umas bombas, já tinha feito 50 km na reserva, mais vale não arriscar. Depois desliguei e fui à descoberta até à Praia do Pessegueiro, onde há uma pequena ilha. É um local muito giro.








Pouco depois chegava a Sines, mas como o dia era longo decidi não ir ao Cabo nem gastar grande tempo.



Estava para ir à Lagoa de Santo André. Numa tentativa frustrada de acelerar a coisa liguei o GPS. Ainda fiz uns km (por uma estrada bem mázinha que o GPS escolheu), cheguei a um ponto onde estava coberta dum lado ao outro com pelo menos 20 cm de água (como não sabia o que estava por baixo, não arrisquei e voltei).
Tempo perdido, arruma GPS, acelerar um bocado a coisa, A26, IC33, IC1 até Setúbal.
(Re)fazer as curvinhas da Serra da Arrábida até ao Cabo do Espichel e aproveitando a vista (que já conhecia e vale sempre a pena).

Vista sobre as praias e a península de Tróia



Não muito depois cheguei ao Cabo do Espichel (onde aos domingos há "motards").




Esta igreja é muito bonita por dentro, tem pinturas fabulosas (mas não se pode fotografar. Vão ao google ou melhor vão lá!).

Passei por a lagoa de Albufeira, perto da praia do Meco (famosa por razões menos boas).
Local calminho (à primeira vista) parece porreiro para acampar, algo assim.


Aqui liguei o GPS, apesar de desactualizado, com suporte improvisado e de me mandar por atalhos estúpidos, como o sol estava alto (e perco assim essa ajuda da orientação pelo sol) e tinha de andar em zonas mais complicadas sempre é uma ajuda (mesmo não o seguindo à risca). Mantive-o ligado até passar para a outra margem e chegar à marginal. 

Fui à costa da Caparica, nada de especial a comentar.

Depois fui ao Cristo Rei, onde a vista sobre Lisboa é fantástica.







Voltando ao "modo descoberta", fui fazendo a marginal (que já tinha feito pelo menos até à zona de Oeiras). Fiz poucas paragens para não apanhar mais transito (que ainda assim já apanhei algum) e ainda testei os meus dotes de "lane filtering" mais do que costumo.
Parei perto do forte de São Julião da Barra


E fui espreitar um ponto quase "obrigatório" a Boca do Inferno 






Este "macaco" andava lá a fazer isto. Estava tanta gente a ver, que nem consegui ir aos melhores locais para tirar fotos à "Boca propriamente dita"

Continuei pela marginal, passei ao lado do Guincho. Estava imenso vento, havia areia por todo o lado: imensa na estrada, alguma no ar e até para dentro do blusão entrou. Foi um bocado difícil. Mas lá segui até ao Cabo da Roca.
O cabo da Roca, alem de ter "motards" aos domingos, é o ponto mais ocidental do continente Europeu. Podemos somar a isto as excelentes curvas até lá e a paisagem que também é bastante interessante.






Estamos-nos a aproximar do final menos bom...
A Roca era o ultimo ponto dos que eu queria mesmo ir. Ericeira, Torres Vedras era passar se passa-se...
Decidi ligar o GPS, pôr para a Ericeira (onde ia parar para comer qualquer coisa, pois eu só tinha tomado o pequeno almoço, e depois às 13 uma sandes mista e eram quase 18!) Da Ericeira seguiria para casa directo fazendo esses cerca de 200km por autoestradas.

Ainda parei para uma foto numa praizinha a caminho (não sei se é a praia das Maçãs se outra). 

Fim do passeio (daqui para baixo é paleio)


Estava numa estrada já conhecida (passei lá e almocei lá, no outro passeio para sul), já em modo regressar a casa (talvez por isso com a guarda um pouco mais baixa). 

À saída de Foz do Lizandro, vinham 3 ou 4 carros à minha frente, velocidades de 40km/h, não mais. Não havia motivo nenhum aparentemente para alguém parar, deitei um olho ao GPS (que por não ser para mota e o suporte ser improvisado, se o sol estiver baixo não se vê nada) apenas para espreitar a hora prevista de chegada. Para ver nestas condições costumo fazer sombra com a mão esquerda enquanto olho... apesar de fazer isto em fracções de segundo foram fatais! 
Quando vejo está tudo parado (um carro lá mais à frente parou nem cheguei a saber porquê, nem interessa para o caso). Em fracções de segundo ainda me desviei um pouco, travei o que deu e choquei, praticamente à velocidade que ia, contra o lado esquerdo da traseira do carro que ia à minha frente.

Bom, eu fiquei de pé, aparentemente bem. A mota ficou semi-deitada para o lado direito encostada ao carro (pois eu ainda fui embater também na lateral do carro)... Levantei a mota, à primeira vista também não vi estragos de outro mundo na mota.
Parti o vidro traseiro do carro com a minha mão (tive um pequeno corte na luva e no dedo) e bati com o joelho também fazendo uma moça pequena no carro. O resto dos estragos foram a mota que fez: para-choques, farolim e as duas portas laterais.
A mota nem sei bem o que tem, à primeira vista alguns riscos e pouco mais (na pratica o pouco mais pode ser muito mais e já descobri mais algumas coisas).

Tiramos fotos, tudo numa boa. Combinamos resolver tudo a bem (senhores super simpáticos, mais preocupados comigo do que outra coisa). Peguei na mota (a conduzir) encostamos mais acima (notei logo qualquer coisa desalinhada na direcção). 
Nisto, paro começo a reparar em bastante sangue a sair do meu dedo, deixa-me logo mal disposto e desorientado (o facto de ter comido pouco talvez tenha ajudado). Disse que me ia deitar um pouco e levantar as pernas (já costumo fazer isto nestas alturas).  
Deitei-me (um bocado mal) o casal ficou super preocupado ligou para o 112, não sei que raio é que disseram sei que veio tudo...
No meio tempo fiquei logo melhor, fiz uma chamada, levantei-me comi uma barra de cereais e bebi um pouco de água (uma pessoa que apareceu deu-me uma compressa). Já estava-mos para preencher a declaração amigável, quando os bombeiros apareceram (ambulância, mais jipe dos sapadores para lavar a estrada/desencarcerar esse tipo de coisas). E isto não foi porque demoraram muito, foi mesmo porque fiquei normal depressa.

Quando chegaram, entrei na ambulância, sai para vir cá fora poisar tralha, entrei outra vez (queriam me deitar), vim cá fora tirar o casaco, voltei a entrar disse que não valia a pena. Lá me convenceram a sentar-me, mediram tensão (OK), niveis de açúcar (OK), queriam-me pôr oxigénio eu disse que não era preciso (mediram estava OK).
Fizeram-me o penso ao dedo, queriam-me levar para o hospital (por precaução e é padrão) ver se estava tudo bem com as pernas (que chocaram um pouco) e com a coluna (por precaução). Eu disse algo como: "Não é preciso, não se preocupem, se estiver tudo bem com a mota ainda vou de mota para casa!"

Resumindo: assinei uma declaração e os bombeiros foram à vida deles. Preenchemos a declaração amigável. Nisto apareceu a brigada de transito que também tinha sido accionada (e já vinha a caminho quando os bombeiros pediram para cancelar). Mais papelada! 
Tudo tratado, peguei na mota e verifiquei que dado algum problema na direcção e como ainda era longe mais valia não vir para casa.
Assistência em viagem da seguradora que demorou um bocado. Lá chegou o reboque (mais papelada!), a mota fica em parque deles e há-de vir dentro de dias (por ser longe é o procedimento). Um taxista veio-me trazer a casa. O Acidente foi por essas 6h20, cheguei por essas 23h30.

A minha reacção no momento imediato a seguir ao impacto foi:
[e se comecei o texto a falar de autores, agora posso mencionar outros como Lobo Antunes, ou Garcia Marquez etc etc e, por isso, perdoem-me a expressão] 
"Foda-se, tive um acidente de mota, estou de pé, uma peça só, OK" olhar para resto "Mil vezes foda-se, vou ter de gastar dinheiro a arranjar isto e vai ficar com riscos"

A minha reacção um pouco depois, acreditem ou não, até foi relativamente boa... fiquei contente, não me magoei muito, fiquei mais alerta para uma próxima, não fiquei com medo são coisas que acontecem. ["Um afoito pode não viver muito, um cobarde pode não viver de todo"-Tradução rasca]

O acidente, não tirou mérito nenhum ao passeio (a tirar só me tirava a mim) e não o posso avaliar só por um momento, por isso acho que o passeio foi muito fixe e valeu a pena, venham mais destes (sem a ultima parte de preferência).
Claro que não gosto nada da parte dos danos materiais, mas isso nem sei ao certo como está. (Depois faço um edit se achar necessário).

"Edit" a 17/04/15 
Já fui buscar a mota. Os estragos, não foram muito significativos embora ainda fizessem alguma "mossa financeira". Vou listar:
Guiador (tubo) - Novo - o outro empenou ligeiramente.
Manete Travão - Nova - a outra empenou um pouco.
Espelho Direito - Novo - ficou com o plástico riscado, não havia necessidade mas pus um novo (já estou um pouco arrependido que um espelho é uma "pequena fortuna")
Peso Guiador Direito - Foi devidamente pintado - estava ligeiramente riscado
Pega pendura lado direito - Foi devidamente pintada- tinha um risco "visível demais"
Escape - Ficou sem intervenção- Pequenos riscos, posso viver com eles.
Pedal travão- Ficou sem intervenção- Um ligeiro risco por baixo e um empeno insignificante (não vale a pena fazer nada). 
Radiador- Ficou sem intervenção - Pequeno risco superficial e pouco visível (nem chegou ao metal)  no lado direito. 
E é tudo! Fora isso levou um pneu traseiro novo (Pilot road 3), que o outro fez 16650km e já estava sem rasto (e que foi cerca de 40% da despesa).  Preço, incluindo pneu e mão de obra, foi 470€ 

Mais informações do passeio 

No total gastei cerca de 134 € (sendo que, se não fosse a historia final, teria de atestar mais uma vez e comer qualquer coisa portanto seria cerca de 150€). Devo ter feito cerca de 1500 km (seriam cerca de 1700 km).

Como avisos extra deixo apenas que: muitos dos locais tem alguns acessos em terra batida; as vilas típicas desta zona tem ruelas íngremes em calçada é preciso ter cuidado e há km e km sem bombas de gasolina não arrisquem muito na reserva.

Ah e o meu mapa ficou um pouco mais preenchido


Saudações em "V"


4 comentários:

  1. Gostei muito, como é hábito.
    Lamento o desfecho, mas felizmente estás bem, e fica a experiência.

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  2. Parabéns Campeão! isso do toque acontece carago. ficam historias para contar! o que importa é que fiques bem!

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  3. Gostei muito da crónica e em especial das fotos...que máquina utilizaste já agora?

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    1. Boas, já respondi no fórum mas fica aqui também... As fotos deste passeio e a grande maioria dos últimos, foram tiradas com uma canon sx510hs

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